Por Vanessa Sene Cardoso
Eu gosto de música, não conheço alguém que não goste. Talvez uns
apreciem mais, outros, menos; uns vivem dela, outros a utilizam como meio de
expressão. Quem não gosta não tem como fugir, pois ela está presente em toda
parte. Hoje esse é o tema da minha reflexão.
A música é um excelente instrumento a serviço da razão. Por meio dela fazem-se críticas, protestos, manifestam-se opiniões. Como exemplo, temos a ditadura militar no Brasil. O regime não conseguiu calar os poetas que, por meio da música engajada, lutaram e enfrentaram a censura nas décadas de 60 e 70. Mas não podemos ignorar que a música é uma forma de expressar emoção, tocar sentimentos e, para isso, muitas vezes, prescinde das palavras, bastam ritmos, melodias, sons. Ela tem poder de transcender o mundo das ideias, a força da razão.
Os gemidos de
lamento dos negros escravos na América, no século XVIII, projetavam toda dor,
sofrimento e revolta. Talvez as palavras fossem insuficientes para expressar o
que sentiam. Esses lamentos deram origem a um dos estilos musicais muito
apreciados, o negro spiritual.
Penso que há
momentos que temos que deixar de ser escravos da razão ou limitados por ela
para experimentar algo profundo e desconhecido, sem medo! A música tem a
virtude de tocar a alma das pessoas independentemente da idade, da raça, do
gênero, da escolaridade, da nacionalidade, dos níveis cultural e intelectual. A
razão que deveria nos libertar dos preconceitos, muitas vezes nos induz a eles,
pois ela é influenciada por informações, conhecimentos adquiridos, histórico de
vida, filosofias e por tudo isso, às vezes, bloqueia a emoção.
Razão e
emoção se completam. Que tal, razão, dar um espaço para a emoção fluir?
Música: razão + emoção