sexta-feira, 31 de julho de 2020

Azul e branco



Por Vanessa Sene Cardoso

Tenho o hábito de ler a coluna Aos Domingos Pellegrini nas edições de fim de semana da Folha de Londrina. O texto de 20/21 de junho deste ano teve como título “A turma do azul e branco”. Chamou a minha atenção a aplicação feita pelo autor, de que há um grupo cuja bandeira não é vermelha e, por outro lado, não se identifica com alguns movimentos que têm se apropriado das cores verde e amarela, do principal símbolo brasileiro, para expressar uma linha ideológica. A proposta do meu artigo não é enviesar a reflexão, se é que isso é possível.

Em tempos de polarização, a “turma do azul e branco” pode acabar sendo rotulada, pelos mais inflamados, de a “turma em cima do muro”. E, na verdade, é sobre essa classificação que eu quero falar hoje.

O que é “ficar em cima do muro”? Essa definição no atual contexto político, social, cultural talvez seja não escolher um dos lados considerados preponderantes nessas diversas áreas, ou ser omisso, não ter opinião, e por aí afora. Ter um posicionamento não significa escolher um dos lados que predominam, principalmente, no cenário virtual. Digo isso, porque é nesse ambiente onde a rivalidade tem sido exposta e amplificada nos últimos tempos.

Defender um ponto de vista com fervor, principalmente se há argumentos consistentes, é uma virtude; o problema é quando se atravessa o muro na tentativa de impedir o outro lado de exercer o mesmo direito. Extrapolar o campo das ideias e invadir o terreno pessoal é perigoso. Talvez seja este equilíbrio que esteja em falta no atual momento. Nesse caso, o “muro” pode ser o elemento que limita o espaço de cada um. Aqui temos um novo ângulo: muro X polarização. Veja que, dependendo da perspectiva, as duas faces (polarização de ideias) podem ser partes de uma mesma moeda.

Nossos valores e princípios são a referência para assumirmos nosso posicionamento diante das circunstâncias. Penso que, independentemente da corrente ideológica, o respeito é o muro que limita o espaço de cada um.

Meu filho, guarde consigo a sensatez e o equilíbrio, nunca os perca de vista; trarão vida a você e serão um enfeite para o seu pescoço. Então você seguirá o seu caminho em segurança e não tropeçará; quando se deitar, não terá medo, e o seu sono será tranquilo. Não terá medo da calamidade repentina nem da ruína que atinge os ímpios, pois o SENHOR será a sua segurança e o impedirá de cair em armadilha. Quanto for possível, não deixe de fazer o bem a quem dele precisa (Provérbios 3.21-27 – NVI).

Para ler o artigo “A turma do azul e branco”, de Domingos Pellegrini, acesse aqui.