Por Vanessa Sene Cardoso
Dos meus 2 anos aos 5 frequentei os cultos em
que o PREMEBAIN cantava. A imagem em minha mente é meio estática, alguns rostos
me são familiares, outros não, mas a alegria daqueles jovens e as músicas que
eles cantavam, essas, sim, são muito vívidas. Lembro-me como se fosse hoje:
“Então se verá o Filho do homem vindo sobre as nuvens com poder e glória”.
“Satisfação é ter a Cristo; não há melhor prazer já visto; sou de Jesus e agora
eu sinto satisfação sem fim...” “Ele é realidade, ele é realidade... Jesus é
real”. No sábado, 12 de março de 2016,
tive uma experiência em que foram reavivadas essas lembranças da minha primeira
infância. E, embora naquela época não tivesse entendimento, isso ficou marcado na minha
memória. E por falar em memória, vamos lá! Para quem não é dessa época ou não
sabe do que estou falando, vou compartilhar um pouco dessa história.
Cornélio Procópio, Paraná, junho de 1973
O Conselho de Pastores de
Cornélio Procópio convidou os jovens das igrejas evangélicas para ajudar na
organização de um evento na cidade. Atenderam ao chamado membros das igrejas
Presbiteriana do Brasil, Metodista, Batista e Presbiteriana Independente. Desse
encontro veio a ideia de montar um grupo interdenominacional que teria como
objetivo falar do amor de Deus. Foi aí que surgiu o PREMEBAIN, nome composto
pelas iniciais das quatro igrejas.
Era uma época muito conturbada,
anos 70, quando a juventude vivia um liberalismo desenfreado; apologia às
drogas; “sexo livre, amizade colorida”; uma revolução nos valores e
comportamento. Foi nesse período também que igrejas se dividiram por
divergências doutrinárias. A criação do grupo teve um significado especial
naquele momento.
Os jovens realizavam encontros,
serenatas, reuniam-se na Praça Botafogo para orar todo fim de tarde, ao saírem
do trabalho e antes de ir para a escola. Até para um festival artístico
organizado pela prefeitura foram convidados e, para surpresa deles, levaram o
troféu. Ah! Tinham uma coluna no jornal da cidade.
O que mais marcou aquela geração
de jovens foi a experiência de compartilhar a vida e a esperança que eles tinham em
Cristo. A família cristã ganhou novos membros e aquela turma participou do
mover do Espírito Santo.
O PREMEBAIN encerrou as
atividades em 1976, pois os integrantes entenderam que, como grupo, tinham cumprido
sua missão. Há um tempo para todo propósito debaixo do céu (Eclesiastes 3.1).
Cada um seguiu seu caminho sendo discípulo e fazendo discípulos de Cristo, onde
foi colocado pelo Senhor.
Cornélio Procópio, Paraná, março de 2016
Depois de 40 anos de encerradas
as atividades, a turma do PREMEBAIN se encontrou novamente. Quantas histórias,
mudanças, perdas, encontros, desencontros... Nem todos estavam presentes, mas
em quem estava, apesar de algumas marcas do tempo, era visível a mesma
alegria e satisfação de pertencer a Cristo. Eles cantaram e eu estava lá, como
quando era criança; as músicas despertaram a minha memória; não foi só
nostalgia, mas a memória que nos traz esperança: “Satisfação é ter a Cristo...
Logo, em glória, eu hei de vê-lo...Satisfação sem fim”.
O bispo da Igreja Metodista,
João Carlos Lopes, integrante do PREMEBAIN foi quem compartilhou a palavra no
culto. E ele iniciou a mensagem lendo um texto bem apropriado ao momento: “Lembrem do passado, daquilo que aconteceu
há muitos anos. Perguntem aos seus pais o que foi que aconteceu e peçam aos
velhos que lhes contem o que se passou” (Deuteronômio 32.7 – NTLH). Ele destacou quatro características do PREMEBAIN que marcaram a existência do
grupo: a unidade com propósito; o respeito às diferenças (cada denominação tem
as suas peculiaridades, mas a fé em Cristo as suplanta); bom testemunho;
reconhecimento do momento de parar. As atividades do grupo terminaram, mas o
que os une permanece: a aliança em Cristo e a missão de fazer discípulos. Assim
como Jesus encontrou os onze discípulos após a ressurreição, os encontros
continuam de geração em geração até o encontro definitivo descrito em
Apocalipse 7.9-10.
Gostaria de destacar os versículos 8 e 9 de Deuteronômio 32: “Quando o Altíssimo
separou os povos e deu a cada povo as suas terras, ele marcou as fronteiras das
nações... Mas escolheu Israel para ser o seu povo; os descendentes de Jacó
pertencem ao Senhor” (NTLH). Jesus nos incluiu na aliança, o que nos
permite fazer parte da sua família, do seu povo. E esse é o desejo de Jesus:
uma grande família. Antes de morrer ele orou: “Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer
em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és
tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia
que tu me enviaste” (João 17.20-21).
Louvo
a Deus por ter me dado o privilégio de ir conhecendo a Cristo desde a minha
infância. Se você ainda não faz parte da família de Deus, não perca tempo!
Nosso encontro face a face com Jesus se aproxima. Vai ser uma grande festa!!!
"Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele" (Provérbios 22.6).