domingo, 29 de novembro de 2015

Por que não?

Por Vanessa Sene Cardoso





Quando éramos crianças, muitas vezes, não entendíamos o porquê do “não”. Ficávamos irados, fazíamos birra, desobedecíamos e acabávamos dando com os burros n’água. Será que era praga dos mais velhos? Ou será que era a experiência? Ai como era irritante ouvir a seguinte frase: “eu já passei por isso, tenho experiêeeeencia...”
                
Para atravessar a rua a regra é: “não atravessar sozinho, só de mãos dadas com um adulto”. Quando muito nova, a criança não entende alguns conceitos como risco, perigo, morte, não adianta argumentar, por isso vale algo mais concreto, objetivo: sim ou não. A regra “atravessar a rua de mãos dadas com um adulto” foi aplicada para transmitir o princípio “é preciso tomar cuidado ao atravessar a rua para evitar um acidente”. Quando crescemos essa regra perde a validade, pois assimilamos o princípio. E o mesmo acontece em outras áreas de nossa vida. O “não” é educativo, é protetor, no momento certo, é claro!

Um pré-adolescente, um adolescente, um jovem têm condições de abstrair; nesse caso é possível argumentar, e o diálogo é essencial. Mas nessas etapas da vida, agimos muito por impulso, o que vale é o momento, o calor das emoções, temos dificuldade de enxergar “virando a esquina”. É aqui que entra a tão rejeitada “experiêeeencia” dos mais velhos. Eles já foram treinados pela vida e sabem o que tem “virando a esquina”. Por isso como escreveu o rei Salomão, um dos homens mais sábios que já existiram: “Para ser sábio, é preciso primeiro temer a Deus, o Senhor. Os tolos desprezam a sabedoria e não querem aprender. Meu filho, escute o que o seu pai ensina e preste atenção no que sua mãe diz. Os ensinamentos deles vão aperfeiçoar o seu caráter, assim como um belo turbante ou um colar melhoram a sua aparência” (Provérbios 1.7-9 - NTLH). Salomão escreveu o livro de Provérbios depois de ter “virado várias esquinas”.

As regras não deveriam deixar de valer para os adultos? Essa é uma questão difícil, pois ser adulto nem sempre quer dizer ter maturidade, seja emocional, intelectual, espiritual. Para muitos talvez tenham faltado alguns “nãos” afirmativos, ou seja, com a finalidade de contribuir no crescimento. O “não” é importante em todas as fases da vida.

Tudo isso parece tão óbvio, mas de óbvio não tem nada, pois as pessoas são complexas; um conjunto de crenças, valores, aprendizados, culturas e muito mais, influencia na formação de cada um. Se existisse bom-senso provavelmente não haveria necessidade de tantas regras, mas afinal, o que é o bom-senso?

O ideal seria viver numa sociedade onde não fosse necessária uma infinidade de regras, mas como muitos princípios para a convivência não são assimilados, precisamos ser limitados por elas.

Certa vez, quando Jesus foi questionado pelos líderes religiosos da época, sobre a lei, ele respondeu:

—“Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma e com toda a mente. Este é o maior mandamento e o mais importante. E o segundo mais importante é parecido com o primeiro: Ame os outros como você ama a você mesmo” (Mateus 22.37-39 – NTLH).

Quem sabe em outro artigo falaremos sobre o “sim”. Aliás, não seria o amor o substituto do “não” e do “sim”?!

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

A escrita



Por Vanessa Sene Cardoso

Como disse Rubem Alves:"Tenho sempre comigo o meu caderno. Meu caderno é a minha 'gaiola de prender ideias'.Porque as ideias são entidades fugidias, pássaros. Elas vêm de repente e desaparecem tão misteriosamente como chegaram. Não se pode confiar na memória. Se as ideias não forem presas com palavras escritas no papel, elas serão esquecidas."

E para que a mensagem seja entendida, é preciso "tratar" desses pássaros, as ideias, que, por meio da escrita, são transmitidas.Temos aliados que nos auxiliam nesse mister. São sinais gráficos que dão sentido ao que queremos comunicar.

Este vídeo da Associação Brasileira de Imprensa ilustra bem o que o uso de apenas um dos sinais gráficos pode provocar na inteligibilidade de uma ideia. Pode comprometer o sentido da mensagem que se pretende comunicar.



Para você que gosta de desafios:


Um homem rico estava muito mal de saúde. Pediu caneta e papel e escreveu assim:

- “Deixo meus bens à minha irmã não ao meu sobrinho jamais será paga a conta do alfaiate nada aos pobres”

Afinal, a quem ele deixou a fortuna? Eram quatro concorrentes: a irmã, o sobrinho, o alfaiate e os pobres. O escrito chegou às mãos deles e cada um fez a pontuação que lhe conveio, a fim de receber a herança. Então coloque a pontuação e diga quem ficou com a herança.

OBS.: Recebi este teste por e-mail, mas não sei quem é o autor.


Para melhorar a comunicação escrita, vai uma dica de leitura:

Escrever melhor
Dad Squarisi e Arlete Salvador
Editora Contexto