sexta-feira, 28 de junho de 2019

Desligue falsas identidades




Por Vanessa Sene Cardoso

Quando somos apresentados a alguém, dizemos nosso nome. Em algumas situações, isso não é suficiente para nos identificar, precisamos mostrar RG ou certidão de nascimento, que comprovam nossa existência civil. Nome e documentos são passíveis de falsificação, não são extremamente confiáveis para identificar uma pessoa. Há algo, porém, que é individual e intransferível: as impressões digitais. Somos únicos.

Deus formou o mundo por meio da palavra: Haja... e houve. No entanto, quando criou o homem, colocou nele uma porção de si mesmo: À imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou (Gênesis 1.27). Soprou em suas narinas o fôlego da vida (Gênesis 2.7 – A Mensagem). Em Gênesis 2.9, lemos que o Senhor fez brotar todo tipo de árvore no Éden: E também a árvore da vida no meio do jardim e a árvore do conhecimento do bem e do mal. Deus disse que o homem poderia se alimentar de todas, exceto da árvore do conhecimento do bem e do mal, pois, se dela comesse, morreria (Gênesis 2.16-17).

O homem e a mulher desobedeceram a Deus, foram separados do Pai e esconderam-se. A partir desse momento eles se perderam e já não se viam como imagem e semelhança de Deus. O pecado fez com que toda a descendência humana assumisse falsas identidades. Perdemos nossa essência, nossa referência. Sobrou o vazio interior que, desde então, a humanidade busca preencher.

Jacó foi um homem escolhido por Deus. Herdeiro da natureza pecaminosa, enganou seu pai, roubando de Esaú o direito e a bênção da primogenitura. Fugiu para não ser morto pelo irmão. Depois de muitos anos, quando regressava para a sua terra, teve um encontro com Deus, lutou com ele e foi vencido. Esse episódio foi um divisor de águas para Jacó, que desligou-se de suas falsas identidades e foi marcado pelo Deus verdadeiro. Recebeu um novo nome: Israel. E se tornou o pai de uma grande nação.

Jesus era judeu e, portanto, descendente de Israel. Certa vez, parou para descansar próximo à fonte de Jacó, que abasteceu muitas gerações. Pediu água para uma samaritana. A mulher ficou espantada, pois: Jesus era homem e judeu; e ela, além de mulher, era samaritana (duplamente discriminada na época). Carregava muitos rótulos. Jesus lhe ofereceu a água viva, da qual Jacó também experimentou: Aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna (João 4.14). Ela encontrou em Cristo sua verdadeira identidade.

Quem tem o Filho, tem a vida (1 João 5.12). Somente em Cristo, recebemos nossa verdadeira identidade: filho de Deus. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome (João 1.12).

*Este texto foi publicado no livro (DES)LIGUE, organizado por Rodolfo Montosa para servir de roteiro para campanha de jejum e oração. O livro pode ser adquirido em Multiplicação da Palavra.