sábado, 12 de junho de 2021

Dia dos Namorados


Por Vanessa Sene Cardoso

Certa vez, estava conversando com uma amiga sobre namoro e casamento e ela me disse: “Sabe o que estraga os relacionamentos? Hollywood.” Achei muito interessante essa colocação. O que me fez refletir.

A adolescência é uma época de grandes mudanças. É a transição da infância para a vida adulta. O corpo vai tomando nova forma, as emoções e o humor são inconstantes, muitas são as descobertas.  E é nessa fase que, normalmente, nos apaixonamos pela primeira vez. Como tudo na adolescência, a paixão é um sentimento intenso que mobiliza todos os sentidos na direção do objeto do nosso amor: gostamos de ouvir a voz, o coração dispara quando isso acontece; o perfume é característico; nossos olhos brilham, a pupila dilata; a boca seca; queremos tocar. Isso tudo é muito bom!

Quando nos apaixonamos queremos ficar perto da pessoa o tempo todo, ela é perfeita. Como afirma o ditado popular: “O amor é cego”. Na verdade, a paixão cega. O turbilhão de emoções que o alvo da nossa paixão provoca, muitas vezes, impede a razão de atuar, ela fica de escanteio. Juntando tudo isso com a falta de vivência temos o contexto ideal para uma provável desilusão. Não quero ser "desmancha prazer" para quem está curtindo sua primeira paixão. Aproveite! Faz parte da vida!

Alguns estudiosos do assunto dizem que a paixão dura em média dois anos. Ué?! Mas em Hollywood, ela não tem prazo de validade. Tanto é que nos filmes românticos, nos deparamos com a conclusão: “Foram felizes para sempre”. Em sã consciência, sabemos que isso não faz parte da realidade. Parece ridículo, mas nossas emoções não sabem. Prova disso, é que quando os jovens se casam, passam pela primeira fase, a lua de mel. Com a rotina, a intimidade, a convivência no dia a dia, aparecem as dúvidas: Ela era tão diferente, mais carinhosa, sedutora. Ele é cheio de mania, e nem é tão romântico quanto eu pensava. Meu coração não dispara mais quando o vejo ou ouço a voz dele. Essa mania de limpeza dela me irrita ao extremo. Acho que me enganei. O amor acabou.

É comum nos apaixonarmos pela imagem que construímos de uma pessoa. A paixão tem muito a ver com o meu desejo, com a minha satisfação pessoal. Por isso, quando nos apaixonamos, enxergamos em alguém tudo aquilo que nos agrada. A partir do momento que perde o encanto, descartamos.

O amor é doação, é focado na felicidade do outro. Amor é mais do que sentimento, é fruto de uma decisão, de uma escolha diária. A idealização cede lugar à realização. O ideal é inatingível e o real é palpável. Quando amamos não dependemos da paixão no relacionamento. Ela é a cereja do bolo, mas o alimento principal continua sendo o bolo. Não deixe que a expectativa de Hollywood roube o protagonismo da sua relação e o "Felizes para sempre" da vida real...#ficaadica

Dedico este texto a um assinante do meu blog, que é mais do que especial, alguém que não mede esforços para alegrar meu coração, meu namorado Rická.

E viva o Dia dos Namorados!