sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Tito, o confiável

 

Por Vanessa Sene Cardoso

 

*O texto a seguir foi escrito para o livro da Campanha de 25 Dias de Jejum e Oração “Meus discípulos”, organizado pelo Pr. Rodolfo Montosa (1ª Igreja Presbiteriana Independente de Londrina). Vamos imaginar o que Jesus diria a respeito desse discípulo, tendo como base a carta do apóstolo Paulo endereçada a Tito.


Tito era gentio e foi por meio de meu servo Paulo, de sua ousada pregação, que ainda jovem me conheceu e teve uma experiência comigo. Eu o escolhi desde antes da fundação do mundo para ser meu discípulo. Deleguei a Paulo, como irmão
mais experiente e maduro, a missão de caminhar com Tito de forma que, a cada dia, me conhecesse mais.  A convicção de Paulo acerca de sua própria identidade e fé – Sejam meus imitadores, como também eu sou imitador de Cristo[1] – serviu de referência para o discípulo.

Por meio de suas viagens missionárias, Paulo, conhecido como apóstolo dos gentios, propagou a minha palavra e o plano da salvação a pessoas de diferentes nacionalidades, crenças e culturas. Muitos foram alcançados pela loucura da pregação[2] e, por onde ele passava, eu formava uma igreja com os novos convertidos.

Para conseguir dar assistência a essas igrejas, Paulo teria que contar com os discípulos que treinou, e que eram de sua inteira confiança, para encorajar, admoestar e consolidar os ensinamentos a meu respeito e sobre o meu reino. Tito, pela minha graça, contava com os requisitos para essa missão. Foi o meu escolhido para ir a Creta supervisionar uma das igrejas.

O íntimo relacionamento entre mim e Tito, fez com que ele conhecesse meu caráter, meus ensinamentos, e isso o capacitou a discernir entre a sã doutrina e o legalismo, o engano e as práticas perniciosas dos falsos mestres infiltrados na igreja. Um traço marcante da personalidade desse meu querido discípulo era a habilidade nas relações interpessoais, na solução de conflitos, sem se deixar persuadir pelos argumentos vazios e por partidarismos. Isso foi decisivo para a missão confiada a ele.

A recomendação dada a meu discípulo foi para organizar a igreja, começando pela liderança, que deveria estar ciente dos deveres e dos padrões de conduta para o exercício do ministério. Sua firmeza e assertividade seriam vitais para combater as falsas doutrinas e seus propagadores, bem como instruir homens e mulheres crentes idosos, para que fossem exemplos para os mais jovens, quanto ao seu papel no contexto familiar. Deveria orientar a juventude quanto ao seu caráter que é fruto da minha graça; os servos e seus senhores a respeito da fidelidade nas relações de trabalho; e sobre a obediência às autoridades constituídas, como testemunho de vida.

A realidade da igreja de Creta, quando Tito foi enviado para lá, era muito parecida com a que vivem algumas igrejas no século XXI. A verdade tem sido relativizada e se tornado adaptável às conveniências e desejos pessoais. Por isso, as orientações do meu discípulo são úteis e aplicáveis à minha igreja em todos os tempos. 

Tito era querido na família da fé. Prova disso, foi que Paulo, ao encerrar sua carta, recomendou que após cumprir a missão, se apressasse em ir ao encontro dele em Nicópolis. Testifico que Tito foi uma de minhas cartas vivas[3]. Assim como você que lê esse relato pode ser também.

* O livro pode ser adquirido em multiplicacaodapalavra.com.br

 


[1] 1 Coríntios 11.1 - NAA

[2] 1 Coríntios 1.21 - ARA

[3] 2 Coríntios 3.2