sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Uma conversa comigo mesma



Por Vanessa Sene Cardoso


Se tivesse a oportunidade de atravessar o túnel do tempo e se encontrar com você mesmo no passado, o que diria?

Fiz esse exercício. Hoje, aos 53 anos, resolvi marcar um encontro para tomar um café com a Vanessa de 23 anos.

Ehh... Jornalista recém-formada, diante do desconhecido, muitos desafios e expectativas pela frente... Me conta uma coisa: o que aconteceu?

Bom, como você sabe, começamos na TV, durante a faculdade, mas depois da formatura, o início da carreira foi no rádio, depois veio a televisão, exploramos muitas áreas da comunicação.

Uau! E o sonho de ser escritora? Aliás, lembra das palavras de incentivo do nosso pai?

Claro! Em 2009, saiu nosso primeiro livro. Criamos o Limoeiro Produções Literárias. E sabe qual o primeiro livro que levou nosso selo? 

Nem imagino!

A biografia do nosso pai nos 80 anos dele. Depois produzimos mais dois livros, e, atualmente, estamos trabalhando em mais duas para este ano.

Foi muito bom relembrar esses trinta anos. Muito obrigada, Vanessa, por ter perseverado até aqui!


 

sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

O início...



Por Vanessa Sene Cardoso

O início de alguma coisa, na maioria das vezes, traz um sentimento bom. O nascimento de um filho, o primeiro dia de aula, o começo de um relacionamento, ser admitido para a faculdade, um novo emprego e por aí vai... A lista é imensa. Exercite sua memória lembrando dos seus inícios. Como foram?

A possibilidade de começar algo pode provocar medo, trazer insegurança, mas também expectativa e a possibilidade de sucesso, de crescimento em diferentes áreas da vida. Estamos começando um novo ano. Ainda restam onze meses pela frente e o desafio que proponho para mim e para você é: dê o primeiro passo, arrisque.

Que possamos valorizar os pequenos começos, mesmo que não tenhamos êxito e seja necessário iniciar tudo outra vez.

Jó é um personagem bíblico que nos ensina muita coisa. Ele perdeu tudo: saúde, familiares, bens. Apesar dos desafios, reconstruiu sua vida. Vale a pena ler a história dele! Aqui vai um conselho, inspirado na experiência desse homem: Se você projetar alguma coisa, ela lhe será bem-sucedida, e a luz brilhará em seus caminhos (Jó 22.28 – NAA).

E nós achamos que eles foram felizes por terem suportado o sofrimento com paciência. Vocês têm ouvido a respeito da paciência de Jó e sabem como no final Deus o abençoou. Porque o Senhor é cheio de bondade e de misericórdia (Tiago 5.11 – NTLH).


terça-feira, 31 de dezembro de 2024

De um dia para o outro

Por Vanessa Sene Cardoso

Neste período, quando nos despedimos do ano e aguardamos a chegada do próximo, para muitos, é um tempo de reflexão e retrospectiva dos 365 ou 366 dias. O que aconteceu de bom e ruim... Mas penso que o que pega para muita gente é a frustração pelo que não aconteceu ou pelo que não correspondeu ao planejado. Tudo para nessa época e o silêncio faz ecoar: É, ainda não foi dessa vez. Então, vamos preparar a lista com as metas e sonhos para o novo ano. Na minha lista tem item que me acompanha ano após ano. Sou grata, pois muita coisa tem dado certo, outras não; tem coisa que demorou muito, mas aconteceu; e outras que talvez seja momento de sair da lista.

A reflexão é válida. Registrar metas, fazer planos, tudo isso é bom, independentemente da época do ano. Como nosso calendário marca doze meses como um ano, início e fim, isso nos ajuda na organização e planejamento. Gosto desse marco, pois para mim funciona. Só não vale ficar refém dele.

O que fazer com as expectativas? Elas são boas, desde que não dominem nossa mente e emoções. Afinal, de um dia para o outro, as coisas podem mudar. Já teve essa experiência? E, às vezes, não será de um dia para o outro, mas depois de muito tempo. Já aconteceu com você? Uma coisa é certa, podemos aprender e crescer em todas as situações. A espera é uma professora e tanto. Se a gente quiser aprender com ela, é claro! Não desanime! Prossiga.

Sugiro substituir expectativa por esperança: Portanto, uma vez que pela fé fomos declarados justos, temos paz com Deus por causa daquilo que Jesus Cristo, nosso Senhor, fez por nós. Foi por meio da fé que Cristo nos concedeu esta graça que agora desfrutamos com segurança e alegria, pois temos a esperança de participar da glória de Deus. Também nos alegramos ao enfrentar dificuldades e provações, pois sabemos que contribuem para desenvolvermos perseverança, e a perseverança produz caráter aprovado, e o caráter aprovado fortalece nossa esperança, e essa esperança não nos decepcionará, pois sabemos quanto Deus nos ama, uma vez que ele nos deu o Espírito Santo para nos encher o coração com seu amor. (Romanos 5.1-5 – NVT).

Feliz 2025!


sexta-feira, 29 de novembro de 2024

A solitude

Por Vanessa Sene Cardoso 

É muito bom e essencial viver em comunidade. Estar com amigos, com a família, em ambiente cercado de gente, ou num bate-papo particular com alguém é imprescindível. Com as diversas possibilidades de contato virtual, há quem opte por priorizar a socialização no ambiente digital em vez de encontrar a turma no plano físico. Talvez seja uma característica dos nossos dias. Mas o fato é que é importante refletir até que ponto evitar estar com as pessoas afeta as nossas emoções e nos torna individualistas.

Fugir dos relacionamentos e do convívio social pode ser um sintoma de algo que não vai bem; por outro lado, momentos de solitude são saudáveis e necessários. Quem não consegue ficar a sós consigo mesmo também pode estar emitindo sinais de alerta. Como distinguir entre a solidão e a solitude? A solidão prolongada pode ser um estado, quando evitamos ou não conseguimos estar com pessoas, independentemente do motivo. Já a solitude é uma escolha, quando separamos um tempo para estar só, buscando descanso, autoconhecimento. Enfim, parar para ouvir a gente mesmo é fundamental. Ainda mais em meio a tantos ruídos da vida contemporânea, que nos confundem e atordoam.

Como tenho uma personalidade mais introvertida, para mim, a solitude é uma forma de recarregar as energias. Você também pratica a solitude? Deixe seu comentário.



quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Refrigério

Por Vanessa Sene Cardoso

Um dos comentários que mais tenho ouvido nos últimos dias é “estou cansado”. Quando alguém fala isso, me sinto confortada, pois vejo que esse sentimento é compartilhado e não exclusividade minha. Tenho tentado identificar as causas ou a causa desse estado para buscar uma forma de minimizar seus efeitos. Poderia dizer que é o resultado de um ano intenso: muitas atividades; mudanças significativas na vida e na rotina; perdas difíceis; ganhos incríveis; circunstâncias novas e boas que provocam um "estresse bom". Talvez o cansaço seja apenas algo natural da idade. Enfim, independentemente do motivo, temos que lidar com a realidade. Quando a mente e a alma experimentam cansaço, nem sempre é possível resolver a questão apenas com descanso físico. É necessário algo mais...

Cada um tem sua forma de encontrar descanso. E é importante a gente identificar o que nos alivia, e buscar colocar isso em prática. Mas o verdadeiro descanso não depende de circunstâncias nem do nosso estado físico, mental e emocional. Jesus nos convida a todo momento para encontrar descanso nele: — Venham a mim todos vocês que estão cansados e sobrecarregados, e eu os aliviarei. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, porque sou manso e humilde de coração; e vocês acharão descanso para a sua alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve. (Mateus 11.28-30 – NAA). 

Desejo a você, que anda cansado como eu, o descanso que o Mestre nos dá.



 

segunda-feira, 9 de setembro de 2024

Memória registrada



Por Vanessa Sene Cardoso

A memória é algo registrado, a princípio, na mente e nas emoções. Fotografias, imagens em vídeo, gravações em áudio, e a palavra escrita são formas de preservar a memória de maneira física.

Estive recentemente onde estão arquivados objetos que pertenceram ao Rev. Jonas Dias Martins, pastor da 1ª Igreja Presbiteriana Independente de Londrina por mais de 40 anos. De itinerante, na época da colonização de Londrina, passou a titular, em meados da década de quarenta. Como gosto de ver e manusear a história em forma de livros, manuscritos, fotografias, objetos pessoais...

Meu amor pela escrita tem a ver, em parte, com o desejo de registrar histórias, memórias e perpetuar para as gerações futuras.



 

sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Quem te conhece?

Por Vanessa Sene Cardoso 

Recentemente, fui convidada pelo meu marido para fotografar o trabalho dele em um evento. Ah! Para quem não sabe, ele é DJ e trabalha com som e iluminação para eventos sociais e corporativos.

Um dia antes do evento...

— Vamos comigo! Seu nome está na lista de convidados, inclusive — ele me comunicou. — É uma festa à fantasia. SOCORRO! Eu tinha menos de 24 horas para arrumar um traje.

Pensei em algumas possibilidades, até que lembrei de pedir ajuda para uma amiga, que trabalha com teatro e tem uma vasta coleção de figurinos. 

— Claro que empresto! — disse com a maior prontidão.

Depois de olhar várias possibilidades no camarim, já estava quase desistindo, quando olhei uma bata no cabide. É a minha cara, pensei.

Me arrumei, fomos para o evento. 

— Que tal? — perguntei para meu marido. Ele riu e disse que eu estava fantasiada de mim mesma. Só esclarecendo: hippie.

Publiquei uma foto minha no instagram. Alguns amigos comentaram, e quando falei do que se tratava o evento, todos disseram: não percebi que você estava fantasiada. Achei interessante, porque as pessoas da minha convivência conhecem meu gosto alternativo, o estilo de vestuário.

Esse episódio me fez refletir como é bom ter relacionamentos nos quais nos deixamos conhecer e nos propomos a conhecer o outro. Em tempos de tanto individualismo, quando as pessoas vivem o paradoxo da exposição nas redes sociais, ao mesmo tempo que cultivam relações superficiais e sem intimidade, vale a pena investir e aprofundar os relacionamentos em família, com amigos.