quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Refrigério

Por Vanessa Sene Cardoso

Um dos comentários que mais tenho ouvido nos últimos dias é “estou cansado”. Quando alguém fala isso, me sinto confortada, pois vejo que esse sentimento é compartilhado e não exclusividade minha. Tenho tentado identificar as causas ou a causa desse estado para buscar uma forma de minimizar seus efeitos. Poderia dizer que é o resultado de um ano intenso: muitas atividades; mudanças significativas na vida e na rotina; perdas difíceis; ganhos incríveis; circunstâncias novas e boas que provocam um "estresse bom". Talvez o cansaço seja apenas algo natural da idade. Enfim, independentemente do motivo, temos que lidar com a realidade. Quando a mente e a alma experimentam cansaço, nem sempre é possível resolver a questão apenas com descanso físico. É necessário algo mais...

Cada um tem sua forma de encontrar descanso. E é importante a gente identificar o que nos alivia, e buscar colocar isso em prática. Mas o verdadeiro descanso não depende de circunstâncias nem do nosso estado físico, mental e emocional. Jesus nos convida a todo momento para encontrar descanso nele: — Venham a mim todos vocês que estão cansados e sobrecarregados, e eu os aliviarei. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, porque sou manso e humilde de coração; e vocês acharão descanso para a sua alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve. (Mateus 11.28-30 – NAA). 

Desejo a você, quem anda cansado como eu, o descanso que o Mestre nos dá.



 

segunda-feira, 9 de setembro de 2024

Memória registrada



Por Vanessa Sene Cardoso

A memória é algo registrado, a princípio, na mente e nas emoções. Fotografias, imagens em vídeo, gravações em áudio, e a palavra escrita são formas de preservar a memória de maneira física.

Estive recentemente onde estão arquivados objetos que pertenceram ao Rev. Jonas Dias Martins, pastor da 1ª Igreja Presbiteriana Independente de Londrina por mais de 40 anos. De itinerante, na época da colonização de Londrina, passou a titular, em meados da década de quarenta. Como gosto de ver e manusear a história em forma de livros, manuscritos, fotografias, objetos pessoais...

Meu amor pela escrita tem a ver, em parte, com o desejo de registrar histórias, memórias e perpetuar para as gerações futuras.



 

sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Quem te conhece?

Por Vanessa Sene Cardoso 

Recentemente, fui convidada pelo meu marido para fotografar o trabalho dele em um evento. Ah! Para quem não sabe, ele é DJ e trabalha com som e iluminação para eventos sociais e corporativos.

Um dia antes do evento...

— Vamos comigo! Seu nome está na lista de convidados, inclusive — ele me comunicou. — É uma festa à fantasia. SOCORRO! Eu tinha menos de 24 horas para arrumar um traje.

Pensei em algumas possibilidades, até que lembrei de pedir ajuda para uma amiga, que trabalha com teatro e tem uma vasta coleção de figurinos. 

— Claro que empresto! — disse com a maior prontidão.

Depois de olhar várias possibilidades no camarim, já estava quase desistindo, quando olhei uma bata no cabide. É a minha cara, pensei.

Me arrumei, fomos para o evento. 

— Que tal? — perguntei para meu marido. Ele riu e disse que eu estava fantasiada de mim mesma. Só esclarecendo: hippie.

Publiquei uma foto minha no instagram. Alguns amigos comentaram, e quando falei do que se tratava o evento, todos disseram: não percebi que você estava fantasiada. Achei interessante, porque as pessoas da minha convivência conhecem meu gosto alternativo, o estilo de vestuário.

Esse episódio me fez refletir como é bom ter relacionamentos nos quais nos deixamos conhecer e nos propomos a conhecer o outro. Em tempos de tanto individualismo, quando as pessoas vivem o paradoxo da exposição nas redes sociais, ao mesmo tempo que cultivam relações superficiais e sem intimidade, vale a pena investir e aprofundar os relacionamentos em família, com amigos.




sexta-feira, 9 de agosto de 2024

A linguagem




Por Vanessa Sene Cardoso

“Li certa vez que é impossível ter lembranças de antes da idade em que a linguagem começa a se desenvolver de verdade. Parece que precisamos de palavras para traduzir nossas experiências e, se as lembranças não forem linguisticamente codificadas, tornam-se irrecuperáveis. Ficam perdidas nas nossas mentes”. (trecho do livro O peso de nossos nomes, de Emily Giffin) 

Quando li esse trecho do livro, ele fez bastante sentido, pois a linguagem é a forma que usamos para traduzir os pensamentos, as experiências, emoções, fatos. As lembranças mais claras que tenho são a partir dos meus cinco anos de idade. Nessa fase da infância já começamos a ter um repertório de referências que nos permitem entender as coisas. As diversas formas de linguagem nos ajudam a elaborar o que acontece com a gente.

Sempre que sinto o cheiro de uma determinada planta, que até hoje não descobri qual é, me vem à memória momentos da minha infância, quando eu passava férias na casa da minha avó. É uma sensação muito gostosa. Em contrapartida, durante um período da minha vida, sempre que chegava o outono, os fins de tarde da estação despertavam em mim uma certa melancolia, e eu não sabia o porquê, até que descobri que o motivo era uma situação muito difícil que passei nesse período do ano. Depois que resolvi a situação, nunca mais associei as tardes de outono ao momento triste pelo qual passei.

A linguagem é essencial para uma comunicação eficaz. O bom uso dessa ferramenta torna a interlocução eficiente. Você tem obtido sucesso na sua comunicação. Deixe um comentário!

 

sexta-feira, 12 de julho de 2024

Minha melhor versão



Por Vanessa Sene Cardoso

“Você deve buscar sua melhor versão” é uma frase de efeito que está em alta principalmente em palestras e conteúdos motivacionais. Nesta semana, assisti a um vídeo em que duas jornalistas fazem uma reflexão sobre o cansaço em que vive a sociedade neste século. A busca desenfreada pela perfeição e pelo sucesso em todas as áreas, muitas vezes, nos torna escravos de nós mesmos. A exposição excessiva proporcionada pela mídia acaba contribuindo para essa autocobrança. Tenho que mostrar um estilo de vida impecável, uma imagem sem rasuras, tudo envernizado por muitos filtros, e com uma embalagem que encha os olhos dos frequentadores das redes sociais.

Minha intenção não é lançar pedras sobre a sociedade digital, até porque eu faço parte dela. Mas refletir é sempre proveitoso. Alimentar a autoestima, conquistar a aprovação das pessoas, aumentar a audiência nas redes sociais; afinal, qual o resultado dessa busca pela melhor performance em tudo? No momento, a minha resposta seria: cansaço. É comum ouvir as pessoas dizerem que estão cansadas, sobrecarregadas, esgotadas. Os distúrbios mentais e emocionais suplantam outros tipos de enfermidade. Essa é uma característica da sociedade atual.

O que fazer? Não tenho a resposta. Penso que começar com perguntas para nós mesmos possa acender uma luzinha no fim do túnel. Identificar o que nos traz cansaço pode ser o ponto de partida para uma mudança de rota e de foco.

Lembre-se! A sua melhor versão é você mesmo.

quarta-feira, 5 de junho de 2024

Quando falta inspiração




Por Vanessa Sene Cardoso 

Todos nós precisamos de inspiração, seja para levantar, a cada manhã, e desenvolver as atividades cotidianas; no trabalho; nos estudos; nos relacionamentos... É lógico que, muitas vezes, não nos encontramos nesta condição: inspirados. Seguimos em frente na nossa rotina cumprindo nossos afazeres de forma automática. E está tudo bem. Quando a inspiração vem, no entanto, o comum ganha destaque e saímos do ordinário.

Se na vida a inspiração faz diferença, no ofício da escrita, ela é essencial, pois vai fazer com que a gente dê vida a um simples relato ou a um texto de ficção. Para o escritor, jornalista e outros profissionais das palavras, além do assunto, as ideias são ferramentas na construção do texto. Então, o que fazer quando falta inspiração? Ela é subjetiva e surge como um lampejo ou é algo que podemos encontrar de forma objetiva? É melhor quando a inspiração vem de maneira espontânea, sem esforço, mas, como, na maioria das vezes, não podemos esperar pela iluminação, vale a pena acender uma fogueira.

Podemos buscar elementos da realidade cotidiana, da natureza, do nosso acervo emocional, das nossas vivências, do nosso conhecimento, memórias, relacionamentos, riscar o fósforo da imaginação e trazer luz em forma de texto. Esses elementos são combustíveis para a criatividade e inspiração.

Onde você busca inspiração?

terça-feira, 30 de abril de 2024

O futuro


Por Vanessa Sene Cardoso

Quantos planos fazemos para o futuro, não é mesmo?! Na infância queremos brincar, nos divertir. Mas diante daquela clássica pergunta: O que você quer ser quando crescer?

– Piloto, professora, médica, bailarina, jogador de futebol...

É bom sonhar! Na pré-adolescência, começamos a romper com a fantasia e a dar os primeiros passos para o resto de nossa vida. Isso quer dizer que começamos a flertar com o mundo real. Conforme o tempo passa, os planos vão se transformando: estudar, ter uma profissão, construir uma carreira, formar uma família, e por aí afora.

Planejar o futuro é uma prática importante e saudável; porém, nem sempre a concretização de nossos planos ou sonhos acontece como esperamos. Uma coisa é certa: independentemente dos nossos planos se cumprirem, o futuro será o resultado do que semearmos hoje. A Bíblia diz em Gálatas 6.7: A pessoa sempre colherá aquilo que semear (NVT).

Vamos escolher bem nossas sementes! Quando colocamos o foco de nossa vida em Jesus, autor e consumador da fé, temos a garantia de uma jornada feliz e um futuro certo. Isso não nos exime dos desafios, autos e baixos da caminhada, frustrações, mas nos traz a paz que excede toda compreensão humana (Filipenses 4.7).

O processo de crescimento nos traz boas surpresas! Não espere chegar o futuro, viva cada momento com alegria e contentamento!