Por Vanessa Sene Cardoso
Quando somos apresentados a
alguém, dizemos nosso nome. Em algumas situações, isso não é suficiente para
nos identificar, precisamos mostrar RG ou certidão de nascimento, que comprovam
nossa existência civil. Nome e documentos são passíveis de falsificação, não
são extremamente confiáveis para identificar uma pessoa. Há algo, porém, que é
individual e intransferível: as impressões digitais. Somos únicos.
Deus formou o mundo por meio da
palavra: Haja... e houve. No entanto, quando criou o homem, colocou nele uma
porção de si mesmo: À imagem de Deus o
criou; homem e mulher os criou (Gênesis 1.27). Soprou em suas narinas o fôlego
da vida (Gênesis 2.7 – A Mensagem). Em Gênesis 2.9, lemos que o Senhor fez
brotar todo tipo de árvore no Éden: E
também a árvore da vida no meio do jardim
e a árvore do conhecimento do bem e do mal. Deus disse que o homem poderia se
alimentar de todas, exceto da árvore do conhecimento do bem e do mal, pois, se
dela comesse, morreria (Gênesis 2.16-17).
O homem e a mulher desobedeceram
a Deus, foram separados do Pai e esconderam-se. A partir desse momento eles se
perderam e já não se viam como imagem e semelhança de Deus. O pecado fez com que
toda a descendência humana assumisse falsas identidades. Perdemos nossa
essência, nossa referência. Sobrou o vazio interior que, desde então, a
humanidade busca preencher.
Jacó foi um homem escolhido por
Deus. Herdeiro da natureza pecaminosa, enganou seu pai, roubando de Esaú o
direito e a bênção da primogenitura. Fugiu para não ser morto pelo irmão.
Depois de muitos anos, quando regressava para a sua terra, teve um encontro com
Deus, lutou com ele e foi vencido. Esse episódio foi um divisor de águas para
Jacó, que desligou-se de suas falsas identidades e foi marcado pelo Deus
verdadeiro. Recebeu um novo nome: Israel. E se tornou o pai de uma grande nação.
Jesus era judeu e, portanto,
descendente de Israel. Certa vez, parou para descansar próximo à fonte de Jacó,
que abasteceu muitas gerações. Pediu água para uma samaritana. A mulher ficou
espantada, pois: Jesus era homem e judeu; e ela, além de mulher, era samaritana
(duplamente discriminada na época). Carregava muitos rótulos. Jesus lhe
ofereceu a água viva, da qual Jacó também experimentou: Aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede;
pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida
eterna (João 4.14). Ela encontrou
em Cristo sua verdadeira identidade.
Quem tem o Filho, tem a vida (1 João 5.12). Somente
em Cristo, recebemos nossa verdadeira identidade: filho de Deus. Mas, a
todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a
saber, aos que creem no seu nome (João 1.12).
*Este texto foi publicado no livro (DES)LIGUE, organizado por Rodolfo Montosa para servir de roteiro para campanha de jejum e oração. O livro pode ser adquirido em Multiplicação da Palavra.