Por Vanessa Sene Cardoso
Convido você a exercitar sua
memória ou imaginação! Pense em uma personagem popular que está sempre presente
e tem livre trânsito em diferentes locais, como ambientes comerciais,
repartições públicas, residências e outros. Estou falando da “tia do
cafezinho”. Quem se lembra ou poderia contar alguma história em que ela seja
protagonista ou coadjuvante?
Eu tenho! Vamos lá!
– Preciso entregar
um convite em mãos – diz minha amiga a uma funcionária que encontrou no
corredor do órgão público.
Era fim da manhã. Muitos
servidores já estavam em horário de almoço, inclusive o chefe da repartição, que
era o destinatário da correspondência.
Minha amiga não
poderia ficar esperando. O que fazer? Eis que a funcionária se dirige a ela:
– Acho que a Lourdes
pode ajudar. Venha comigo!
As duas seguiram à
procura de quem teria condições de dar um jeito na situação naquele momento. Alguns
minutos depois, encontrou sua provável emissária:
– Fique tranquila,
vou colocar o convite em cima da mesa dele.
Duas semanas
depois...
Chegou o dia do evento. Eu estava recebendo os
convidados e um homem se dirigiu a mim, apresentou-se. Na hora me lembrei da
Lourdes. Já entenderam de quem se tratava, não é? Pensei: Quanta eficiência e
proatividade! Afinal, ela trabalhava na copa e zeladoria e não fazia parte das
suas atribuições entregar correspondência.
Um amigo meu, também jornalista, na empresa em que
trabalhou por muitos anos, fazia parte da editoria política, sendo responsável
pela cobertura da prefeitura e câmara de vereadores da cidade onde morava. Por
ser uma pessoa muito relacional, sempre teve facilidade em puxar conversa,
fazer amizades e obter informações relevantes. Muitas vezes, a “tia do
cafezinho” era uma de suas principais fontes, pois ela tinha trânsito livre nos
gabinetes. E como, em alguns casos, por sua discrição, era sequer notada, acabava
ouvindo assuntos tratados em encontros a portas fechadas, afinal reunião sem
café não é reunião.
Uma ressalva: Minha intenção neste artigo não é entrar
na questão ética da funcionária pública e do jornalista. Mas, sim, fazer um
contraponto sobre “cumprir o protocolo” e “agir com iniciativa”. Nessa reflexão
me refiro à “tia do cafezinho” como símbolo de eficiência e proatividade.
Quando cumprimos nossas tarefas a contento somos
eficientes, pois eficiência é fazer certo as coisas. A questão é que, muitas
vezes, paramos aí. O episódio que compartilhei no início do texto não traz nada
de extraordinário. A personagem viu a necessidade da minha amiga e buscou uma
solução. Simples assim!
É preciso olhar fora do quadrado! Estar sensível às
necessidades de quem está perto. Olhar para o bem-estar geral é uma atitude que
faz toda a diferença. Ações simples podem se tornar relevantes no contexto em
que estamos inseridos, facilitando a comunicação, melhorando a execução de
tarefas do dia a dia, remindo o tempo e deixando o ambiente mais aconchegante.
Dedico esse texto a essa profissional que é
conhecida carinhosamente como a “tia do cafezinho”.
#açoessimples!!! E viva a tia do cafezinho, KKK!! Parabéns amiga, seus textos sao sempre relevantes!
ResponderExcluirObrigada, amiga! Escrever é algo que me enche de alegria e entusiasmo.
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