Fui fotografada por meu irmão Eduardo Sene Cardoso
Aos cinco anos
deixei minha terra natal, Cornélio Procópio, no Paraná. Devido ao trabalho do
meu pai, durante a minha infância, nossa família morou em quatro cidades. Todas
têm um significado especial, fazem parte da minha história e deixaram
lembranças marcantes para o resto da vida.
A cada mudança, como
é natural, passava pelo período de adaptação, e as cidades onde morei, embora
todas no Brasil, tinham costumes e culturas muito diferentes. Na escola, eu era
quase sempre a novata da turma; os colegas de classe, na sua maioria, já se
conheciam, tinham laços entre si, pois tinham passado a vida toda na mesma
cidade. Depois de um tempo, quando já estava adaptada e tinha construído
amizades, era surpreendida pela notícia: vamos mudar.
Nessa primeira fase de
vida, um dos meus sonhos era criar raízes em uma cidade, sentir que pertencia
àquele lugar. Deus conhecia o desejo do meu coração. E ele é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou
pensamos (Efésios 3.20), segundo a sua vontade, é claro! Pois tem o melhor
para seus filhos e filhas. Não sabíamos, mas isso estava nos planos de Deus
para nossa família...
No dia 28 de julho
de 1988 – mal sabia que essa data marcava o início da
concretização do meu sonho de infância – nos
mudamos para Londrina. Já era adolescente. Desde o primeiro momento senti como
se estivesse voltando para casa. Eita
cidade acolhedora! Conheço muitas pessoas que vieram para cursar a universidade
e acabaram ficando por aqui. Na maioria das vezes, o discurso é uníssono: “me
considero cidadão londrinense”. Faço parte dessa turma!
Sou londrinense de
coração! Já passei bem mais da metade da minha vida nessa terra roxa,
vermelha... colorida. É isso! Londrina é uma cidade de contrastes, começando
pelas cores. Quem já observou o céu no fim de tarde sabe do que estou falando: o
matiz é fantástico! A paisagem é linda. O lago Igapó, ainda que artificial,
cortando nossa “pequena metrópole”, traz vida em meio à “selva de pedra”. O
cenário rural, o café, as perobas majestosas, a vegetação, os ipês e manacás
que vestem as ruas por onde passamos apressadamente, nosso clima, manifestações e produções artísticas... Temos aqui
também um caldeirão cultural. Pioneiros de diferentes nacionalidades vieram
para construir um local para viver. Somos herdeiros dessa diversidade que faz
de Londrina uma cidade aberta e receptiva aos “estrangeiros” e “peregrinos”.
A pequena Londres
cresceu rápido, é um polo no norte do Paraná, mas não perdeu as características
de uma cidade interiorana. As pessoas se conhecem, se encontram no mercado, no
shopping, no calçadão, no Zerão, no cinema, na feira da Lua, nas praças...
Aqui ganhei muitos
amigos! Tesouro inestimável e inesgotável!
Poderia escrever
páginas e páginas sobre essa cidade, mas sou suspeita para falar. Talvez para
alguns essas palavras não correspondam à realidade. Pode parecer exagero! Não
importa, neste momento a emoção é a razão da minha expressão.
Embora as palavras
sejam recursos eficientes para expressar o que sentimos e pensamos, muitas
vezes não conseguem fazê-lo. Termino esse texto com os olhos marejados, a voz
embargada, e o coração cheio de contentamento e gratidão a Deus por essas três
décadas vivendo aqui. Sou pé-vermelho!
Essa é minha
declaração de amor por Londrina!
Que lindo texto Vanessa! Londrina é isso mesmo, para os que estão dentro e os que estão quase dentro, que moram como eu, logo ali, mas vivem de todo produto que essa cidade maravilhosa oferta.
ResponderExcluirObrigada, pelo carinho, Elke!
ExcluirAdorei! Muito verdadeiro que nossa Londrina é, ao mesmo tempo, cidade interiorana e polo no norte do Paraná! Uma grande pequena cidade que também amo muito.
ResponderExcluirObrigada, Adriana! Vamos curtir nossa cidade!
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